PARA O MESTRE COM CARINHO
Vai perguntar ao Jurandir. Jurandir que sabe.
Houve uma época, nesta cidade, que esse era o bordão mais usado. Qualquer assunto, em qualquer lugar, quem quer que fosse, se alguém não tinha resposta para determinada pergunta, saia-se com essa: pergunte ao Jurandir, Jurandir que sabe.
Professor de geografia do Colégio, desde antes de existir o colégio. Quando os futuros alunos ainda se reuniam na sacristia da Igreja a fim de se prepararem para o exame de admissão ao ginásio. Jurandir estava lá, juntamente com outros abnegados pioneiros, sem saber se algum dia aquele sonho do Otacílio ia se tornar realidade. Sem perguntarem por salário. Pensando apenas naquelas pessoinhas que, sem esse esforço deles, não teriam a menor chance de estudar. Em suma, não poderiam romper aquele círculo vicioso de irem os rapazes abraçar os cabos das enxadas, foices e machados. Restava uma outra possibilidade que era ir trabalhar nas famosas companhias. Mas sem diploma pelo menos ginasial o destino era trabalho braçal, sem perspectiva de progresso. As moças se prepararem para o casamento, aprendendo, quando muito, a bordar, cozinhar e outras atividades domésticas. Não que essas profissões não tenham a sua dignidade. O problema era não se ter a oportunidade de mudar isso, se quisesse.
O colégio se tornou realidade e o professor continuou em seu ministério de ensinar, de ajudar na formação intelectual e moral de levas e levas de jovens. Muitos, da base sólida recebida, puderam alçar vôos bem mais longos do que os que lhes estavam prometidos.
Nosso professor Jurandir se transformou em sinônimo de cultura, de sabença geral.
Eis que vem nos brindar com essa obra sobre nossa cidade. Lacuna que agora está sendo preenchida por quem tem competência para fazê-lo.
È tamanha a ansiedade para bebermos nestas páginas todas as maravilhas que você nelas inseriu que não suportamos mais delongas. Que nos sejam distribuídos seus livros, como dizia o poeta: livros a mãos cheias.
Professor Jurandir você é um patrimônio nosso. Parabéns!
sábado, 10 de outubro de 2009
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Courinha,
ResponderExcluirem meu nome e de meus irmãos agradeço as belas palavras que formaram essa crônica.
Marliéria é rica mesmo, de gente inteligente!
Nós, jovens descendentes, tentamos apenas dar continuidade aos saberes dos nossos ancestrais.
Abraços.
Arlaine Castro.