quarta-feira, 1 de agosto de 2012

MARINA, MARINAR

Marina, tô me sentindo o pior avô do mundo. Sabe, não vou ter como esconder. Escrevi poema pro Pedro, antes dele nascer. Escrevi prAlice também. Se bem que me criticaram dizendo que falei mais do Pedro do que dela. Pra você não escrevi nada até agora. Agora já é tarde que você já nasceu. Já estou condenado ao inferno dos avôs que não fizeram poemas pras netas caçulas. Mas vou tentar me redimir. Será que consigo umas indulgências pra comprar minha absolvição? Mas não falemos de corrupção, nesses tempo encachoeirados. Falemos de amor, carinho, amizade e outras amenidades. Viu, amizade rima com amenidades, ta começando o poema...

Você tão pequenina, menina, Marina
virou verbo
Marinar.
todos estão marinando
E quando você abre seus olhinhos
o mundo se descortina
e a gente fica pensando será que você
de verdade ainda não vê?
sei lá...

AV.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

DE VOLTA

  • Estive ausente por longo tempo. Deu trabalho até para conseguir acessar o modo de postagem desse blog. Mas o bichinho roedor ta me fazendo cócegas nos dedos catadores de teclas.
  • Depois do tio Raimundinho não fiz mais necrológio algum. Também um blog não vive apenas de necrológios. Nem blogueiro nenhum pode ficar escrevendo depois da meia-noite, que as sombras ficam soltas na noite e as influencias malignas podem se apoderar dele. Continuo amanhã. 
  • Voltei. Há alguns dias, a professora Ilda, da quarta série do ensino básico do Grupo Escolar Padre João Borges Quintão, veio me convidar para a mostra literária da Escola, em que sua turma iria  focalizar Babilonia e seus fantasmas. Foi muito legal. Os meninos ilustraram quase todas as cronicas. Antes, o Ronan, o Davi, o Caique e a Ellen vieram me entrevistar. Queriam saber sobre esse escrevinhador. Se casado, se tinha filhos, quantos, nomes e outras curiosidades. Só que me esqueci dos netos. Imperdoavel. Não falei do Pedro que já está lendo feito gente grande. Da Alice que é o solzinho que ilumina, aquece e deixa-nos todos  de boca aberta com suas tiradas, sua alegria e sua maturidade. E da Marina que está chegando, já sobrevoando o aeroporto, com a pista de pouso preparada e se aproximando vertiginosamente.
  • E a criançada ia explicando os desenhos que fizeram. Liam resumos que escreveram das cronicas e, para encerramento com chave de ouro, encenaram a história da Sá Ana papuda. Fiquei até meio abobalhado com o interesse e a seriedade com que  as crianças encararam o desafio. Fiquei também muito feliz ao ver que estão desenvolvendo o hábito de ler e orgulhoso por terem escolhido uma pequena obra que abordou pessoas que viveram na terra deles. Pessoas que foram contemporaneas de seus antepassados. De quem não teriam a menor notícia se não estivessem registradas nesse livrinho.
  • No final da apresentação, como não poderia deixar passar em branco a iniciativa, sorteamos alguns volumes do livro e o que me deixou ainda mais feliz foi a torcida de cada um para ser sorteado. O Ronan ficou inconsolável por não ter sido contemplado no sorteio. Nao tive coragem de deixá-lo tão triste e já trouxe um para ele também.
  • Só tenho que agradecer a professora e seus alunos pela iniciativa que para mim teve o valor de uma homenagem e das mais supimpas.