Ele estava lá. Sentado ao seu lado. Coração apertado. A mente repassando suas vidas. Voltando ao inicio de tudo. De vez em quando, interrompido por alguém que chega pesaroso para cumprimenta-lo. E mente e coração se fundem. Cada lembrança era uma pedra se deslocando da imensa construção e caindo e calando fundo no coração.
Porque o amor é cimento. Mas concreto é diferente. Necessário se fazem outras misturas. A brita da paciência. A areia que se infiltra em toda a massa. É a união, é a amizade. Mas ainda está faltando a estrutura, a coluna vertebral. A ferragem que mantém a rigidez e a durabilidade do casamento é a cumplicidade. Que cúmplice é o que abraça o sonho do outro como se fosse o seu. De tal forma que acaba sendo. Enquanto conseguem sonhar, a união se sustenta.
Ela foi assim. Sempre sonharam juntos. Nunca disse eu disse que não ia dar certo! Sempre arregaçou as mangas e lutou junto com ele. Companheira em todas as ocasiões. Quando teve que trabalhar longe recebeu apoio, compreensão e incentivo.
Agora estava tão tranquila como se dormisse. Na verdade, estava dormindo. Porque sua presença será sempre sentida. Vai estar o tempo todo ao alcance da voz. Da voz silenciosa do amor, da lembrança e do confortável sentimento de que fez por ela tudo que podia ser feito. Durante sua doença foi mais do que seu anjo da guarda. Foi sua sombra, noite e dia. Devolveu-lhe toda a compreensão, carinho e apoio que dela recebeu a vida toda. É preciso deixar que ela descanse. A vida continua e ela continua viva em cada filha. Valeu a pena.
AV.
Courinha, obrigado. Didi
ResponderExcluir