sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

RETROSPECTIVA/2010

Vamos começar de trás pra diante. A partir de 2011, firmei firme compromisso de me cuidar mais ao falar. Andam dizendo que estou muito relaxado ao me expressar. Pois não acreditam que até "eis" estou falando quando me refiro aos outros? A "eles". É uma falta grave. Perdoem-me!... Parece que estou de gozação, mas o assunto é sério. Deixe-me contar-lhes uma istorinha dos idos de 1968.
"In illo tempore" (naqueles tempos), é como se inicia todo evangelho em latim. Mais ou menos como "era uma vez". Pois é, já sem aspas, in illo tempore, estavamos três mosqueteiros sem mosquetes dando suas cacetadas no Colégio Liberato. Bom nome para um colégio, pois é onde se deve aprender os segredos da liberdade. Mas não é que, correndo da ditadura, nos aparece uma figura estranha, quase uma Dona Quixote. Que vê aqueles três quase imberbes jovens suando no misterioso ofício de ensinar, sem armas, sem traquejo, sem ter a quem apelar, e decreta: Vocês têm que receber preparação adequada e nos remete para BH para estudar. Consegue uma bolsa de estudos no Ministério da Educação, uma não, três. E uma ano depois voltamos diplomados, aptos a exercer a profissão e a assinar como professores. Antes, professores das cidades vizinhas assinavam e nos repassavam os proventos. Coisa que só acontecia no segundo semestre. Até sairem os primeiros pagamentos, quem precisava se socorria do Sr. Ari da Dona Zinha do Sô Nôca. Que vinha todo tranquilo e emprestava o dinheiro para a sobrevivência. Se garantindo com uma simples assinatura. Ainda não tínhamos bigode.
È aqui a istória. Quando cheguei na sala em que minha turma ia estudar, na saudosa FAFI da dra. Ângela Vaz Leão, do final da
Rua da Bahia, quando ela mudava de nome, logo depois da Contorno, e ouvi meus futuros colegas conversando, ou respondendo aos professores, coloquei a mão na boca. Quanta diferença!... Todos pronunciavam as palavras por completo. Não havia esse horror de "esqueceno, fazeno, vamo, etc.". Tinha que me policiar para não dar vexame. Nos fins de semana em que voltava a Babilonia, todos me olhavam assim meio de esguelha. Não sei se alguém chegou a fazer algum comentário... Enfim.
É isso. De 2011 para frente estarei falando com todos os esses e erres. Vejam que nesse caso o gerúndio cumpre sua função de ação continuada no futuro...
Mas voltando à nossa retrospectiva de marcha a ré, as chuvas estão cumprindo sua missão de molhar, derrubar barrancos principalmente nas estradas e no ribeirão, e deixar todo mundo com uma saudade danada do sol.
Um pouquinho antes das chuvas entoarem sua cantiga nos telhados, Babilonia parou e se movimentou para acompanhar TiDeza. Aquela mania que quase virou gerundismo de se falar Sô TiDeza não me convence. Vamos perdoar o Luciano, que foi ele que começou com esse mau costume, porque ele não deve ter entendido que "ti" é corruptela de "tio". Só no século anterior ao século passado é que se dizia "senhor meu pai", "senhora minha mãe", e por consequência, "senhor meu tio". Mesmo assim, ainda havia esse pronome possessivo "meu" caracterizando a relação. Imaginem se o Luciano dissesse "sô meu TiDeza", não ficava por demais estranho? Então o correto é TiDeza e pronto.
Foi a nossa olimpíada, nosso campeonato mundial. Todos aprenderam a pronunciar Mar-li-é-ria. Há mais tempo, quando Jaguaraçu era Grama, eles tinham um prazer especial em falar "marraégua". Tomaram papudos? Cadê o TiDeza de vocês? Vocês vão fazer um filme. Parabéns! Mas vão ser uns gatos pingados que vão assistir. Quero ver esse filme passar para todo o país e o mundo, que nem o nosso TiDeza. Até o Obama assistiu. E, além do mais, quem fez o roteiro desse filme e conseguiu essa proeza foi a Iole da dona Ana do sr. Juvenal que é de Babilonia. Nem adianta vocês outorgarem a ela o título de cidadâ honorária de Jaguaraçu (uma boa idéia que estou dando de graça para vocês), que ela continua sendo natural de cá. Quero ver mudarem a certidão de nascimento dela!... E tem outra coisa que é até covardia falar, mas vou falar porque é retrospctiva mesmo: Jaguaraçu significa Onça Grande, e como é que Babilonia se chamava? Onça Grande. Então a cidade de vocês não existe. Desaguaram as duas numa cidade só, pelo menos nominalmente. Um abraço e feliz 2011, que somos todos amigos e isso é pura bincadeira com as palavras.
Vamos picar essa retrospectiva. Hoje é dia 31 de dezembro. Tenho visitas e preciso dar um pouco de atenção. Já comecei, então acho que nesses próximos dias, vou conseguir continuar. Ainda tem TiDeza.. e depois os outros acontecimentos. Aceito e suplico sugestões.
AV